14 de jul. de 2012

VALENTE

Alexandria recomenda uma outra história de princesa:


Acabei de ver o filme Valente e sai emocionada em ver uma história tão necessária para crianças e adultos modernos e tão bem feita com recursos primorosos para atraí-los.
A princípio, a saga de uma princesinha rebelde que quer quebrar com suas obrigações reais, que anda descabelada e não agüenta os ensinamentos que uma mocinha deve ter. Que não quer saber de postura, oratória e bons modos, quer aprender a atirar e cavalgar sem limites. E assim faz, sai brava ao ser obrigada ao casamento. 
Vai em direção à floresta e pede que a bruxa ajude a mudar sua mãe.
Valente : poster
A feiticeira, como uma boa mestra, atende seu pedido e some pra que a princesinha lide sozinha com ele. Cuidado com o que deseja... A mãe mudou, torna-se uma ursa que tenta manter seus recatos, mas cuja natureza selvagem pode até machucar a filha. Uma linda história temperada de mitos que fala de equilíbrio entre forças. Entre o selvagem e o civilizado, entre o instinto e o social, entre o masculino e o feminino. Sua habilidade de “mulherzinha”, por fim, a salva. Um delicado exemplo que meninas podem aprender a guerrear, utilizar “armas” e fugir de padrões de beleza, mas não precisam perdê-la. Que nossas agulhas e panelas também são parte de nosso arsenal, não precisamos jogá-las fora para impor nossa presença.  Que podemos e devemos ter ao lado homens carinhosos, companheiros e aceitar de coração aberto sua proteção. Homens escolhidos por nós e que nos escolham, completas e que nos completem. Às vezes ursas, às vezes damas; às vezes desgrenhadas, às vezes produzidas. Sim! Para a luta é necessário se pintar, podemos vencê-la com suavidade e depois, é merecido um banho de cheiro. Esses rituais femininos  resgatam nossas forças, não são futilidades.
Acho que quando tiver mais tempo de digerir e eu “filosofe” mais... Por fim, não posso deixar de dizer que ele ainda lembra outro preceito tão importante. Traz o passado, a lenda, o ancestral como ferramenta básica para se tecer o presente e o futuro com autoria, não com autoritarismo.